Diversas entidades Jaguarenses se mobilizaram e realizaram uma palestra de informação e orientação para os produtores rurais do município sobre a infestação do caramujo africano (Achatina Fulica). Durante evento, realizado na tarde desta terça-feira, 29.03, especialista do Incaper esclareceu sobre a realidade vivida em todo o Norte do Espírito Santo e apontou ações que podem ser adotadas por produtores e gestores públicos de forma coletiva.
A Palestra contou com a organização da Prefeitura de Jaguaré, Secretaria Municipal de Agricultura, Câmara Municipal de Jaguaré, Incaper, Sindicato Rural e Sindicato dos Trabalhadores Rurais.
A palestra foi direcionada pelo engenheiro agrônomo, Doutor em Entomologia e pesquisador do Incaper, Renan Batista Queiroz, que destacou a importância de se buscar conhecimentos iniciais para facilitar o combate à praga.
“É preciso saber, entre outras coisas, como ela chegou aqui, como cresceu, o comportamento e as medidas de controle à base de isca pra fazer o controle. O intuito é a redução da infestação, é preciso que todos os produtores estejam imbuídos em fazer a redução dessa infestação. Esperamos que com o tempo mais quente e seco nos próximos meses, a população do caramujo diminua um pouco. Mas é preciso fazer o controle agora”, alerta.
Renan explicou que o caramujo é uma praga exótica e foi introduzida no Brasil em 1988, a partir do Paraná. A espécie possui alto potencial reprodutivo, pode produzir cerca de 400 ovos/ano e é hermafrodita, tem facilidade de adaptação ao meio ambiente e vice vive de 3 a 5 anos. A infestação na região pode ser explicada pelas frequentes chuvas dos últimos meses, pois a alta umidade e a matéria orgânica no solo favorece a adaptação do molusco, que é herbívoros e se alimenta de cerca de 500 espécies de plantas: banana; hortaliças; abóbora; mamão; café; cacau e outros.
O pesquisador destaca também que iniciativas como a da Prefeitura de Jaguaré são importantes para conscientizar o maior número possível de produtores rurais.
“Essa estratégia de reunião, de palestra, de conversa de campo é muito importante, pois você consegue reunir um grande número de produtores e oferecer esse nivelamento de informações, para que o produtor possa fazer ações corretas em suas propriedades e ajudar outros produtores, ressaltou o pesquisador do Incaper.
O caramujo africano pode transmitir duas formas de doença grave: a meningite eosinofilica e angiostrongilíase abdominal.
A apresentação detalhada do Engenheiro Agrônomo Renan Batista pode ser baixada aqui.
Junção de Forças
O evento contou com o vice-prefeito e secretário de Meio Ambiente Elder Sossai, do presidente da Câmara Municipal, Jean Costalonga, dos vereadores Ricardo Barros, Jair Sandrini, Tião Soprani e Professor Tininha, dos secretários, Pedro Drago de Agricultura, Tânia Pariz da Saúde, Maria Aparecida Costalonga da Educação. Também estiveram presentes o presidente do Sindicato Rural Patronal, Jarbas Nicoli e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, João Carlos Souza Lopes.
O vice-prefeito e secretário de Meio Ambiente, Elder Sossai lembra que a Prefeitura já vem acompanhando o problema e que assustou-se com o visto no Trevo de Jaguaré na última semana. “Agora é ação e encaminhamentos. Já conversamos com os municípios vizinhos que estão com esse problema também e já esperávamos essa demanda dos produtores. Então, agora vamos sentar com os sindicatos, vereadores e produtores para irmos até o Governo do Estado ver o que pode ser feito em parceria com a Secretaria Estadual de Agricultura”, afirmou.
O presidente da Câmara, Jean Costalonga, destacou a importância da adoção de ações após a realização do evento. “Nós vamos junto com o Executivo, as secretarias e nosso apoio jurídico fazer um estudo, uma rodada de conversa para ver com o Governo do Estado a possibilidade dentro da legalidade pra ajudar os produtores rurais, não só na aquisição das iscas, mas também no manejo correto pra evitar que esse problema se espalhe ainda mais no município”.
O secretário de Agricultura, Pedro Drago também afirmou já estar acompanhando os problemas causados pela infestação do molusco e conversando com parceiros em busca de soluções. “Já participamos de outro evento sobre esse assunto e sabemos que é de muita importância para nossos agricultores. Nós precisamos conscientizar os agricultores com a ajuda dos sindicatos e outros parceiros, pois essa é uma praga que chega e ameaça não somente a Agricultura, mas também a saúde humana. Uma ideia é fazer uma reunião entre os órgãos mais ligados, os sindicatos dos trabalhadores, dos produtores, Incaper, Idaf, Secretaria de Agricultura e do Meio Ambiente, pra ver em que o Estado pode nos ajudar”.